
Não se pode afirmar que a rede de transporte tenha sido inventada na Madeira pois há relatos de artefactos similares usados na India e em África. Não se deve também dizer que teve uso exclusivo nesta ilha porque foi usada nos Açores e no Brasil. Foi, no entanto, neste arquipélago que teve o seu expoente máximo como meio de locomoção.
Isso deve-se sobretudo à orografia local, montanhosa e com muitos locais de difícil acesso, principalmente durante os primeiros séculos da colonização, e onde as únicas vias eram apenas alguns carreiros e veredas.
A rede foi usada inicialmente sobretudo para o transporte de pessoas enfermas, grávidas e anciãos no seu caminho para o posto mais próximo onde pudessem receber cuidados de saúde.
Ainda junto ao século XX começou a ser usada para o transporte de turistas e senhores de classe alta. Deste novo uso, surgiu a necessidade de melhorar as condições oferecidas a estes novos clientes, dando origem assim às chamadas “redes de luxo”. Estas, diferentes da tradicionais, tinham um toldo, cortinas, um cobertor e uma espécie de almofada. É o caso da rede que se pode observar neste postal ilustrado.
A senhora da imagem leva ainda consigo uma sombrinha e um chapéu de palha, não fosse o sol queimar-lhe a pele alva. Apesar da mordomia, não parece estar muito bem disposta. Adiante, deve estar aborrecida.
Aos homens que a carregam, carregam também o meu respeito. Um semblante tranquilo, costas direitas, pernas hirtas, calças e camisa imaculadas, chapéu de palha no sítio e ainda o bordão na mão para dar uma malha a quem escolhia fazer-se carregar desta forma sem necessitar.
Era uma prática primitiva, usada em tempos difíceis, e que naturalmente foi caindo em desuso. Mas que a memória não se desvaneça.
Inscrições: | Madeira. Rêde. | Ref: | 0002 | Entr: | 01 2019 |
Editor: | Bazar do Povo | Nº | 159. | Tipo: | Policr. |
Dimensões: | 8,9 cm x 14 cm | Circ: | Não | Cond: | 3 |
Costas: | Em branco. Union Postale Universelle. Carte Postale. LUSS. B.P. 159 Registado | ||||
Notas: | Texto da frente a branco |
0 comentários: